Arquivo
Nossas Origens e Nossas Criações
Interessante pensarmos que sempre que falamos em culinária, nossa memória nos remete a cozinha com base em referências de determinado local ou pessoa. O mesmo se dá com a moda e outras áreas do conhecimento.
No entanto, nas empresas, quase nunca se ouve dizer da elaboração de um projeto baseado em referências passadas.
Hoje, o mercado de trabalho tem exigido outras habilidades para lidar com situações adversas e, nesta linha de pensamento, ressalta a reportagem da Vida Simples de março de 2015 que ‘acolher as nossas origens ajuda a compreender quem somos e a lidar com as dificuldades de um jeito mais leve’.
Mas onde estão os referenciais da origem de uma empresa? Onde encontrar bagagem para criar materiais que utilizem e transmitam sua cultura e seus valores?
Em uma gaveta, um arquivo ou na memória de alguém.
E se isso se perder?
Restará à MEMÓRIA EMPRESARIAL mostrar por muitos ângulos e olhares seus valores, possibilitando à seus colaboradores melhor compreendê-la e criar novos produtos e serviços, embasados nestes referenciais.
Centro de Memória e seus Processos
Descrição de Documentos em Centros de Memória – Parte 1
A estruturação de um Centro de Memória Histórico ou Estratégico passa necessariamente pela descrição dos documentos em um sistema automatizado, juntamente com a digitalização dos mesmos para facilitar o acesso e proteger os originais.
Em Arquivologia aprende-se a tratar a documentação como um conjunto orgânico, ou seja, o resultado da documentação produzida por um órgão ou instituição, para o qual deve-se estabelecer um sistema de classificação, identificar tipos documentais, níveis de descrição, etc., mas não descendo ao nível da descrição específica de um único documento.
No entanto, isso é necessário quando se trata de um Centro de Memória, considerando que a informação contida em cada documento ou material deve ser identificada e recuperada precisamente, permitindo que sejam reaproveitadas, integrando-se a novas informações e gerando novos conhecimentos.
A Arquivologia tradicional pouco considera outros materiais além do documento em papel, no entanto em um Centro de Memória, temos materiais diversos e muitas vezes surpreendentes, com informações específicas que devem ser recuperadas.
Devido a este contexto, deve-se trabalhar com uma equipe multidisciplinar, especialistas que identificam aspectos que um leigo não alcança. Por exemplo, se formos trabalhar em um acervo que tenha vestuário, é imprescindível que contemos com profissionais de moda, além de jornalista, fotógrafo, historiador, documentalista, e o que mais o acervo exigir.
A descrição do documento em si, deve privilegiar 3 aspectos: técnico, histórico e controle de exemplar.
O controle de exemplar é importante, pois embora em geral, os materiais não sejam emprestados, podem ser cedidos para uma exposição temporária e essa informação deverá ser registrada no sistema.
No próximo texto vamos ver mais especificamente a planilha para descrição desses documentos.
BIBLIOGRAFIA
ARQUIVÍSTICA.net – http://www.ar 32 quivistica.net, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 31- 50 jan/jun. 2005
BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: tratamento documental. São Paulo : T.A. Queiroz, 1991
CASTRO, Astréa de Moraes et alii – Arquivística = Técnica, Arquivologia = Ciência. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1988.
HAGEN, Acácia Maria Maduro. Algumas considerações a partir do processo de padronização da descrição arquivística. Ci. Inf. [online]. 1998, vol.27, n.3. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19651998000300007>. Acesso em: 15 junho 2010.